quinta-feira, 3 de maio de 2012

Brasil: Um gigante da corrupção

Do Jornal Estudantil 

Professor Jorlan Vieira

Os brasileiros, em sua grande maioria, acostumaram-se de tal forma com os escândalos de corrupção que explodem a todo instante na imprensa, que a ocorrência de um ou outro fato referente a essa epidemia que assola o poder público brasileiro já não lhes causam mais estranheza. Talvez seja essa passividade diante de atos tão soberbos que acaba levando o nosso país ao descaso total.
Caixa dois, obras superfaturadas, mensalão, licitações fajutas, são termos que frequentam constantemente o noticiário. Como se não bastasse, o poder judiciário no Brasil atravessa por uma fase de desconfiança por parte da maioria da população.
Vivemos então num país em situações irremediáveis, como um paciente jogado no leito de uma UTI esperando apenas o apagar das luzes? Prefiro não pensar assim, caro leitor.
O Brasil apresenta um cenário exponencial para crescimento. Basta ver os últimos resultados da economia, a fuga da crise internacional, as conquistas de eventos importantíssimos como as próximas edições da copa do mundo e dos jogos olímpicos, entre outros fatores. O que causa revolta, porém, é que nosso país não sabe agarrar essas oportunidades de crescimento de forma eficaz. E tudo isso resulta de uma prática assombrosa que atinge profundamente todas as camadas da sociedade brasileira: corrupção.
Muitos associam essa palavra somente ao universo dos políticos, na tentativa desesperada de se safar de qualquer sentimento de culpa. Atitudes como essa complicam a situação e deixam os corruptos sorrindo à toa, livres para praticar, com ainda mais fervor, os atos ridículos que nos acostumamos a assistir.
Como contornar essa situação? Temos armas suficientes para derrotar um exército tão voraz? Temos caro leitor, temos. Estamos munidos de armas calibradas, que se não podem derrotar o exército de uma vez por todas, pode enfraquecê-lo. O ponto negativo é que nos negamos a utilizar tais armas e nos escondemos estrategicamente, com o velho receio de que a corda sempre arrebentará do lado mais fraco.
Isso tudo ocorre porque resumimos nossas armas ao simples ato de votar. Votar é simples. Escolher um governante para nos representar se resume, na maioria das vezes, ao apertar de algumas teclas, sem análise nenhuma dos candidatos. As armas mais poderosas, caro leitor, são as que temos em mão no processo pós-eleitoral e teimamos em não usar. Não fiscalizamos o dinheiro público, não reivindicamos por melhores condições de trabalho, de educação, de saúde. Ficamos alheios às decisões tomadas pelos parlamentares e não interferimos nas votações que mudam o curso da nossa história.
Justamente por isso, pela nossa passividade, alguns políticos nos representam da forma como bem entendem. Haja vista nossa postura, eles acabam formulando nossa imagem como cidadãos trouxas que os autorizam a usar o dinheiro público em prol do próprio crescimento.
Justiça seja feita aos avanços conquistados pela sociedade brasileira nos últimos anos. Cientistas políticos atribuem isso, quase que exclusivamente aos programas sociais de transferência de renda iniciados no governo FHC e ampliados no governo Lula.
Na contramão desses avanços, presenciamos um país cujos investimentos na educação não são aplicados da forma como deveriam. De que adianta se vangloriar da quase totalidade de alunos, em idade escolar, matriculados no Ensino básico, se não são oferecidas condições físicas nem didáticas para a grande maioria dos estudantes que anseiam por uma educação de melhor qualidade? De que adianta o anúncio de grandes investimentos em estradas, ferrovias, estádios, se não há um serviço de fiscalização para combater a corrupção?
Trata-se, pois, de uma luta que envolve o poder executivo, o poder legislativo e o poder judiciário. Ademais, envolve todos os brasileiros. Tomemos decisões sábias, não só no ato de votar, mas também no ato de fiscalizar, de cobrar, de agir. Caso contrário, estaremos fadados a uma sociedade cada vez mais corrupta. E o Brasil ganhará mais um título. Além de país do futebol, país do carnaval, será reconhecido mundialmente como o país da corrupção. Ajamos, enquanto há tempo, a fim de não presenciarmos o Brasil dando o seu último suspiro na sala de emergência onde já clama há muito tempo.

Um comentário:

  1. caro professor Jorlãn Vieira muito me alegro com esta publicação partino de seu pensamento. Assim podes dizer q não mais continuará a vota na corrupção de Anapurus Tina Monteles e nenhum candidato q a apresente.. E isso??/

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