Do Jornal Estudantil
Professor Jorlan Vieira
Os brasileiros, em sua grande maioria, acostumaram-se de tal
forma com os escândalos de corrupção que explodem a todo instante na imprensa,
que a ocorrência de um ou outro fato referente a essa epidemia que assola o
poder público brasileiro já não lhes causam mais estranheza. Talvez seja essa
passividade diante de atos tão soberbos que acaba levando o nosso país ao
descaso total.
Caixa dois, obras superfaturadas, mensalão, licitações
fajutas, são termos que frequentam constantemente o noticiário. Como se não
bastasse, o poder judiciário no Brasil atravessa por uma fase de desconfiança
por parte da maioria da população.
Vivemos então num país em situações irremediáveis, como um
paciente jogado no leito de uma UTI esperando apenas o apagar das luzes?
Prefiro não pensar assim, caro leitor.
O Brasil apresenta um cenário exponencial para crescimento.
Basta ver os últimos resultados da economia, a fuga da crise internacional, as
conquistas de eventos importantíssimos como as próximas edições da copa do
mundo e dos jogos olímpicos, entre outros fatores. O que causa revolta, porém,
é que nosso país não sabe agarrar essas oportunidades de crescimento de forma
eficaz. E tudo isso resulta de uma prática assombrosa que atinge profundamente
todas as camadas da sociedade brasileira: corrupção.
Muitos associam essa palavra somente ao universo dos
políticos, na tentativa desesperada de se safar de qualquer sentimento de culpa.
Atitudes como essa complicam a situação e deixam os corruptos sorrindo à toa,
livres para praticar, com ainda mais fervor, os atos ridículos que nos
acostumamos a assistir.
Como contornar essa situação? Temos armas suficientes para
derrotar um exército tão voraz? Temos caro leitor, temos. Estamos munidos de
armas calibradas, que se não podem derrotar o exército de uma vez por todas,
pode enfraquecê-lo. O ponto negativo é que nos negamos a utilizar tais armas e
nos escondemos estrategicamente, com o velho receio de que a corda sempre
arrebentará do lado mais fraco.
Isso tudo ocorre porque resumimos nossas armas ao simples
ato de votar. Votar é simples. Escolher um governante para nos representar se
resume, na maioria das vezes, ao apertar de algumas teclas, sem análise nenhuma
dos candidatos. As armas mais poderosas, caro leitor, são as que temos em mão
no processo pós-eleitoral e teimamos em não usar. Não fiscalizamos o dinheiro
público, não reivindicamos por melhores condições de trabalho, de educação, de
saúde. Ficamos alheios às decisões tomadas pelos parlamentares e não
interferimos nas votações que mudam o curso da nossa história.
Justamente por isso, pela nossa passividade, alguns
políticos nos representam da forma como bem entendem. Haja vista nossa postura,
eles acabam formulando nossa imagem como cidadãos trouxas que os autorizam a
usar o dinheiro público em prol do próprio crescimento.
Justiça seja feita aos avanços conquistados pela sociedade
brasileira nos últimos anos. Cientistas políticos atribuem isso, quase que
exclusivamente aos programas sociais de transferência de renda iniciados no
governo FHC e ampliados no governo Lula.
Na contramão desses avanços, presenciamos um país cujos
investimentos na educação não são aplicados da forma como deveriam. De que
adianta se vangloriar da quase totalidade de alunos, em idade escolar,
matriculados no Ensino básico, se não são oferecidas condições físicas nem
didáticas para a grande maioria dos estudantes que anseiam por uma educação de
melhor qualidade? De que adianta o anúncio de grandes investimentos em
estradas, ferrovias, estádios, se não há um serviço de fiscalização para
combater a corrupção?
Trata-se, pois, de uma luta que envolve o poder executivo, o
poder legislativo e o poder judiciário. Ademais, envolve todos os brasileiros.
Tomemos decisões sábias, não só no ato de votar, mas também no ato de
fiscalizar, de cobrar, de agir. Caso contrário, estaremos fadados a uma
sociedade cada vez mais corrupta. E o Brasil ganhará mais um título. Além de
país do futebol, país do carnaval, será reconhecido mundialmente como o país da
corrupção. Ajamos, enquanto há tempo, a fim de não presenciarmos o Brasil dando
o seu último suspiro na sala de emergência onde já clama há muito tempo.
caro professor Jorlãn Vieira muito me alegro com esta publicação partino de seu pensamento. Assim podes dizer q não mais continuará a vota na corrupção de Anapurus Tina Monteles e nenhum candidato q a apresente.. E isso??/
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