Se o mundo não estivesse dividido entre ricos e pobres, e
todos pudessem obter a mesma parcela dos rendimentos globais, quanto cada
pessoa receberia por mês? De acordo com pesquisadores da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), esse valor seria de US$ 1.480 (R$ 2,7 mil).
Mas como os pesquisadores chegaram a este número?
O valor total da receita mundial está em US$ 70 trilhões (R$ 127 trilhões) por
ano, e há 7 bilhões de pessoas no planeta. Logo, por uma conta mais simples, a
média de rendimentos anuais estaria em cerca de US$ 10 mil (R$ 18 mil) por
pessoa por ano. Mas nem todos têm o mesmo salário e, dentre a população
mundial, muitos estão fora da força de trabalho.
Primeiramente, foi calculado o salário total para cada país,
e nações mais populosas tiveram peso maior. Após somar as médias de todos os
países, os pesquisadores dividiram o total pelo número de assalariados
registrados e chegaram à cifra de R$ 2,7 mil mensais - ou cerca de US$ 18 mil
(R$ 32 mil por ano).
Média ainda é baixa
Outro fator importante é o câmbio. A moeda utilizada pelos economistas da ONU não é o dólar normal, mas
sim dólares de Paridade de Poder de Compra (PPC). Essencialmente, o dólar PPC
leva em consideração as variações de custo de vida em diferentes países. Ou
seja, o estudo avalia quanto uma pessoa pode comprar com US$ 1 em diferentes
realidades econômicas para se ter uma base de comparação.
Embora o valor de R$ 2,7 mil mensais (cerca de R$ 137 por
dia) possa parecer alto, os responsáveis pelo estudo alertam que, na prática, o
salário médio mundial ainda é muito baixo.
Mais de um terço da população do planeta ainda vive com
menos de US$ 2 (R$ 3,6 por dia) - abaixo da linha de pobreza. Em um país como o
Tajiquistão, por exemplo, o salário médio anual, e não mensal, é de US$ 2,7 mil
(R$ 4,9 mil).
Os R$ 2,7 mil mensais e R$ 32 mil anuais também estão abaixo
dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, onde a média salarial é de R$ 5,4 mil por
mês e R$ 67 mil por ano.
"(A pesquisa) revela um pouco sobre a qualidade de vida
das classes médias. Diz como as pessoas estão no fim do mês, dá uma ideia de
como elas vivem – quantas vezes podem sair, onde podem comprar, onde podem
viver, que tipo de aluguel podem pagar. E isso é o mais interessante, em
contraste com o PIB per capita, que é uma noção muito mais abstrata", diz
o economista Patrick Belser, da OIT.
"O que mostra, também, é que a média salarial ainda é
muito baixa, e que, portanto, o nível de desenvolvimento econômico mundial
ainda é, de fato, muito baixo, apesar da abundância financeira que vemos em
alguns lugares", conclui.
Fonte: G1
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